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Pesquisa desenvolvida na UFPR usa inovação para diagnóstico precoce da Covid-19

Uma pesquisa realizada no Laboratório de Espectrometria, Sensores e Biossensores (LAESB) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) utiliza a inovação dos biossensores para construção de metodologias alternativas para o diagnóstico da covid-19. Considerada um dos gargalos para o controle da pandemia no Brasil, a testagem de indivíduos facilita a tomada de decisões e é mais benéfica quanto antes ocorrer o diagnóstico.

A proposta do estudo liderada pelo professor Dênio Souto, do Departamento de Química, é utilizar as proteínas do novo coronavírus para diagnosticar a doença ainda no início.Os biossensores são dispositivos que utilizam materiais de origem biológica – desde proteínas até membranas de células – para dar respostas à alguma informação de interesse, neste caso, a presença de anticorpos produzidos pelo paciente após a contaminação pelo Sars-CoV2, o novo coronavírus.A área de pesquisa envolvendo o desenvolvimento de biossensores é o principal tema das investigações científicas do professor. Nos últimos anos, Souto tem estudado algumas doenças virais, como Zika, Dengue e Chikungunya, com resultados relevantes ainda não publicados. A intenção, agora, é aplicar os conhecimentos adquiridos para as investigações envolvendo a Covid-19.

Professor Dênio Souto e a bolsista de mestrado Jaqueline Volpe trabalham no Laboratório de Espectrometria, Sensores e Biossensores da UFPR (Foto: Reprodução/Sucom)
Professor Dênio Souto e a bolsista de mestrado Jaqueline Volpe trabalham no Laboratório de Espectrometria, Sensores e Biossensores da UFPR (Foto: Reprodução/Sucom)

A pesquisa começou a partir da aprovação de bolsas de doutorado com recursos próprios da UFPR e só foi possível devido ao trabalho pioneiro realizado pelo professor Luciano Huergo, do Laboratório de Microbiologia Molecular, do Setor Litoral, que conseguiu produzir, em laboratório, as proteínas N e S do Sars-CoV2. Estas proteínas virais são essenciais para o diagnóstico sorológico porque reagem seletivamente com os anticorpos produzidos pelo indivíduo infectado. Huergo também criou um modelo de testes, com oferta tecnológica via Agência de Inovação.Segundo Souto, os testes rápidos disponíveis atualmente são do tipo sorológicos, que detectam a existência de anticorpos, as imunoglobulinas, sendo comuns aqueles que detectam IgM e IgG. “Apesar de elevada rapidez na obtenção dos resultados, estes testes ainda apresentam precisão questionável, sendo relatado, por exemplo, um percentual considerável de falsos negativos associados aos mesmos. Isto se deve, em parte, à sensibilidade limitada dessas metodologias para detecção de baixas quantidades dos anticorpos”, explica.“Já é de conhecimento que quanto mais cedo a confirmação da doença, maior a possibilidade de recuperação. O diagnóstico precoce facilita a tomada de decisões por parte dos profissionais de saúde”, complementa. Os acadêmicos de mestrado, Jaqueline Volpe, e de doutorado, Denys Ribeiro de Oliveira, integram a equipe de estudo, que também conta com a colaboração do professor Márcio Vidotti, do departamento de Química.

Biossensor como alternativa

O biossensor em desenvolvimento é um dispositivo que usa como material de reconhecimento as proteínas N e S do novo coronavírus. Essas proteínas reagem com imunoglobulinas, anticorpos específicos presentes na corrente sanguínea do indivíduo contaminado, indicando o resultado positivo. A diferença para os outros testes pode estar justamente em sua elevada sensibilidade, fator fundamentalmente importante para identificação de baixas concentrações de anticorpos em fase inicial da manifestação do sistema imunológico contra o vírus.

O professor faz questão de destacar que o acesso às proteínas N e S produzidas pelo Professor Huergo, somada à experiência adquirida por ele na construção de biossensores já validados para diagnóstico de outras doenças, como a Leishmaniose Visceral e a Doença de Chagas, permitiram que os experimentos laboratoriais fossem iniciados rapidamente para desenvolvimento do biossensor para a covid-19. Apesar de resultados promissores já terem sido alcançados, principalmente no que diz respeito à capacidade em detectar concentrações muito baixas de anticorpos, a pesquisa ainda está em desenvolvimento. Na prática, o biossensor deve ser um dispositivo miniaturizável, fácil de transportar e de manusear.

Como sistemas de detecção, estão sendo empregadas técnicas eletroquímicas e ópticas. Souto afirma que são grandes as expectativas para a construção de um método robusto, que contorne algumas limitações dos ensaios atualmente empregados. “Há potencial em apresentarmos um papel importante no enfrentamento da covid-19 no Brasil através da inserção de um método eficaz que corrobore para o diagnóstico precoce da covid-19″, sintetiza.

Fonte do conteúdo: Reprodução/Amanda Miranda/Superintendência de Comunicação Social/UFPR.

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